Por: Rev. Fernando de Almeida | Prompte et Sincere

O apóstolo Paulo, alertando seu jovem discípulo Timóteo, disse que falsos mestres se levantariam muito mais preocupados com as riquezas que poderiam ganhar no exercício da religião do que com a pregação do evangelho. Estes – disse ele – supõem que “a piedade é fonte de lucro” (1Tm 6.5b).

Para combater este tipo de comportamento, Paulo afirmou que esse não foi o ensinamento deixado por Jesus. Esses tais mestres, portanto, só poderiam ser falsos mestres, pois suas palavras e ações em prol da obtenção dos bens materiais não eram compatíveis com as palavras e ações de Jesus.

Os falsos mestres eram materialistas. Paulo, já idoso, estava alertando sobre como identificá-los, para que não se deixasse levar pelo mesmo caminho. De fato, no materialismo, reside uma força tentadora que pode levar o povo de Deus à queda.

Paulo pôde ensinar a respeito do materialismo para Timóteo com grande autoridade, porque ele mesmo já havia tido altos e baixos em sua vida ministerial no que tange ao sustento pessoal (Fp 4.12 13). O resultado disso foi que ele aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação (Fp 4.11).

O remédio contra o materialismo, conforme narrado por Paulo, é o contentamento ou a frugalidade. Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra frugalidade pode ser definida como “simplicidade, sobriedade de costumes, de hábitos etc.” Foram com palavras muito parecidas que Paulo orientou Timóteo: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Tm 6.8).

A lição direta que tiramos desse texto é que devemos nos esforçar para ter o necessário. Se Deus der mais do que o necessário, devemos ficar tão satisfeitos quanto se ele mandasse somente o necessário (Pv 30.8-9).

De igual modo, Jesus nos ensinou e nos prometeu que jamais nos faltaria o necessário à vida. Primeiro, ele nos disse que deveríamos orar somente pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6.11). Depois, confirmou este conceito dizendo que se Deus cuida das aves do céu e das flores do campo, não deveríamos nos deixar levar pela ansiedade quanto ao alimento e às vestes (Mt 6.25-34). A aflição pelas posses materiais é um comportamento típico dos gentios (Sl 73.7 e 12), daqueles que não conhecem e não sabem que existe um Deus que zela pelo bem-estar deles (Mt 6.32; Is 55.2). Com certeza, em vez de termos o coração nos tesouros deste mundo (Mt 6.19), devemos tê-lo em um bem mais duradouro (Mt 6.20-21), fruto de um reino eterno (Mt 6.33).

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Presbítero docente (ministro da Palavra) na Ebenezer Presbyterian Church, Newark, NJ, EUA (2020- ).

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