Por: Pb. Túlio Leite | Prompte et Sincere

O avô da minha esposa, o saudoso Jacintho José Soares, um agricultor analfabeto, residente no Espraiado, zona rural de Maricá, RJ, era um homem de muitas histórias. Uma vez ele me contou que uma das tarefas que tinha, quando criança, era tirar o pó das imagens dos santos venerados pela mãe e postos num oratório na sala. Uma vez, enquanto limpava uma das imagens, esta caiu de suas mãos e quebrou. A mãe
ficou desesperada com o fato, enquanto ele, surpreso, olhou para os cacos, pegou um, riscou a parede e disse para a mãe: “mas mãe, é só barro!” Ele havia descoberto que eram apenas pequenas estátuas feitas por homens. E complementava a história com uma frase que sempre saía de sua boca: “Eu creio no Deus vivo!”

Conto essa história a propósito do informativo da FITRef da semana que terminou ontem, onde o aluno e missionário para Cabo Verde, Paulo Diego, nos contou um pouco sobre o trabalho dele e sobre os seus estudos.

De que forma o avô da minha esposa, e todos nós, brasileiros, viemos a conhecer Cristo? No século retrasado, seguidores de Cristo se dispuseram a atravessar o Atlântico e pregar o Evangelho aos nossos tetravôs, na fé de que, por sua vez fossem repassando a mensagem às gerações seguintes. De fato, são formosos os pés daquele que prega as boas novas. E nós, brasileiros, ao mesmo tempo que temos uma dívida de gratidão pelos nossos irmãos de língua inglesa que nos trouxeram o Evangelho, devemos olhar para os campos abertos na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como nossa responsabilidade.

Somos mais de 42 milhões de evangélicos, número maior do que a população total de qualquer país lusófono. Desses, estima-se que 1 milhão e 200 mil sejam reformados. A maior denominação reformada, a Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), tem 270 missionários no exterior. Certamente podemos fazer mais para tornar Cristo conhecido entre aqueles que compartilham conosco a mesma língua.

A FITRef é um instrumento facilitador da formação teológica reformada, isto é, bíblica, da qual os cristãos da CPLP são carentes. Não sei como nosso seminarista Paulo Diego veio a conhecer e se envolver com a FITRef, pode ser uma história interessante a se contar. Oremos para que ele seja o primeiro de centenas, de milhares que sejam chamados ao trabalho missionário aliado à uma teologia fortemente bíblica que
honre a Cristo, o Senhor. Que os cabo-verdianos venham a proclamar “eu creio no Deus vivo”, assim como os são-tomenses, os timorenses, os angolanos, os moçambicanos, os guineenses, os portugueses, mais e mais brasileiros e onde mais houver falantes da “última flor do Lácio.” Como disse o presidente da Missão Vida em Foco, Jânio Lima, “tudo o que você fizer não é maior do que Jesus já fez por nós.” Eis-me aqui.
Envia-me a mim.

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