Por: Julius VanSpronsen | Prompte et Sincere
Êxodo 18.7-12
7Então, saiu Moisés ao encontro do seu sogro, inclinou-se e o beijou; e, indagando pelo bem-estar um do outro, entraram na tenda. 8Contou Moisés a seu sogro tudo o que o Senhor havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no Egito, e como o Senhor os livrara.
9Alegrou-se Jetro de todo o bem que o Senhor fizera a Israel, livrando-o da mão dos egípcios, 10 e disse: Bendito seja o Senhor, que vos livrou da mão dos egípcios e da mão de Faraó; 11agora, sei que o Senhor é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo. 12Então, Jetro, sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão e todos os anciãos de Israel para comerem pão com o sogro de Moisés, diante de Deus.
Comparando Êxodo 17 e 18, observamos um forte contraste entre a resposta dos amalequitas à vitória de Israel sobre os egípcios e a resposta de Jetro. Enquanto os amalequitas decidiram apoiar os egípcios, que trataram os israelitas com arrogância em sua rebelião contra Deus (cf. Êxodo 18:11), Jetro, um estrangeiro, buscou a paz com o Senhor. Parece que, em algum momento após Moisés retornar ao Egito, Zípora (esposa de Moisés) e seus dois filhos voltaram a Midiã para estar com Jetro. Agora, já idoso, Jetro visitou Moisés para ver o que o futuro reservava para sua filha e netos. Sua visita o convenceu de que não precisava se preocupar com o bem-estar de sua família, pois percebeu que estavam servindo ao Deus supremo sobre todos os deuses.
Como descendente de Midiã, quarto filho de Abraão com Quetura (cf. Gênesis 25:1), Jetro possivelmente conhecia o Deus de Abraão, Isaque e Jacó antes mesmo de Moisés morar com ele. Isso explicaria por que foi chamado de Reuel, que significa “amigo de Deus”, e por que era conhecido como “sacerdote de Midiã”. É possível que tenha aprendido mais sobre Deus quando Moisés retornou a Midiã após sua experiência na sarça ardente. No entanto, foi somente ao ouvir “tudo o que o SENHOR havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todo o trabalho que passaram no Egito, e como o SENHOR os livrara” (Êxodo 18:8, cf. 18:1) que Jetro se alegrou por todo o bem que Deus fizera a Israel. Sua declaração “bendito seja o SENHOR . . agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses” (Êxodo 18:9-11) demonstra que ele reconheceu o verdadeiro Deus e humildemente se submeteu a Ele. Transbordando de alegria, Jetro ofereceu holocaustos e sacrifícios a Deus, como os patriarcas de Israel faziam no passado (Êxodo 18:12). Podemos imaginar a alegria de Moisés ao ver essa resposta de seu sogro. A fé de Jetro era incomum para sua época, mas apontava para a realidade futura do Pentecostes, quando pessoas de todas as nações se uniriam em adoração ao Senhor.
A sinceridade de Jetro nos ensina sobre o impacto de compartilhar os feitos maravilhosos de Deus com nossos vizinhos e colegas (cf. Salmo 145). Sua expressão de fé e dedicação ao Senhor antecipava o momento em que multidões de gentios seriam feitos discípulos de Cristo e batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mateus 28:19). O que foi um privilégio especial para Jetro tornou-se norma para a Igreja desde o Pentecostes. Quando refletimos sobre como essa inclusão foi chocante para os judeus nos dias do ministério do apóstolo Paulo, aprendemos a valorizar a comunhão na adoração ao nosso Deus Trino. O que nos dias de Jetro era apenas uma promessa tornou-se realidade: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Atos 2:21). “Todos” significa “todos”, assim como os israelitas perceberam ao ver o sacerdote de Midiã adorando seu Deus.
A alegria, o louvor e os sacrifícios do estrangeiro convertido demonstram a sinceridade de Jetro, que foi recebido com grande honra na comunidade de Israel: “E veio Arão e todos os anciãos de Israel para comerem pão com o sogro de Moisés, diante de Deus” (Êxodo 18:12b). Sua conversão o trouxe à comunhão com os líderes do povo, celebrada ao comerem juntos na presença de Deus. Seja esse pão o maná enviado do céu, apontando para Cristo, o Pão da Vida (cf. João 6:32-35; 1 Coríntios 10:1-4), ou um pão que Jetro trouxera consigo, ele foi calorosamente acolhido na comunidade do povo de Deus. Essa comunhão à mesa tem um significado especial para aqueles que não possuem familiares ou amigos na igreja. Que nossos braços estejam sempre abertos para acolher todos que o SENHOR trouxer à comunhão dos santos.