Por: Piter Meijer | Prompte et Sincere
“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo…”
(Êxodo 40.34-38)
Amados, todos nós vivenciamos as tensões no mundo, independentemente do país em que vivemos. Vivenciamos tensões entre povos e grupos religiosos. Há uma ameaça real da parte de líderes mundiais com o seu estilo autocrático de governar. Pensemos nos ditadores da Rússia e da China com a sua aversão à democracia e aos direitos humanos de minorias. Há crises violentas no Médio Oriente e na Europa – só pensar na guerra na Ucrânia pela agressão russa. Mas também existem conflitos violentos em África, no Sudão, Congo e outras regiões. Essa é a atualidade de todos os dias, as fotos de Gaza e as imagens do massacre do movimento Hamas. Os crentes podem ficar confusos com todos estes acontecimentos e desenvolvimentos políticos. Será que Deus realmente governa o mundo? Será que Ele está presente?
Graças a Deus, existe a história da salvação nas Escrituras, em Êxodo 40, entre outras. Este capítulo fala da presença de Deus. Vejamos as palavras finais do livro bíblico do Êxodo: lemos sobre a nuvem, a nuvem do SENHOR (versículo 38). Essa nuvem é o sinal poderoso da presença de Deus. À noite há fogo na nuvem, algo bem visível para todos os israelitas, ou seja, Deus é visível, Ele está presente na tenda. Trata-se da habitação de Deus, aquela tenda que Moisés completou (final do versículo 33). É a casa do Rei, o palácio do Rei Soberano. É chamado de tabernáculo, de Tenda de reunião, de encontro. Esse encontro entre Deus e seu povo é algo fantástico. Mas a tenda, a morada de Deus, é também um símbolo da teocracia: Deus reina! Esse Regente está presente; essa é a mensagem de Êxodo 40, no final.
Acredito nisso de todo o coração, mas ao mesmo tempo eu sinto o seguinte: talvez o sentimento mais forte do nosso tempo, no nosso mundo ocidental, é a ausência de um Deus que governe. A Idade Média não poderia imaginar que Deus estaria ausente, nem o luterano ou o calvinista do século XVI. Mas algures no caminho para 2023, muitos europeus e residentes das Américas concluíram que Deus não está aqui na terra, Ele não está presente. E essa convicção significa uma vida sem Deus, com arte sem Deus, com moralidade sem Deus.
Como crentes, não queremos nada disso. Claro que não, mas a própria Bíblia diz: “Deus está nos céus, e tu na terra” (Eclesiastes 5.2), e daí? Será que Deus está presente na terra? A Bíblia responde a essa pergunta inequivocamente: SIM. É um fio condutor claro em toda a Bíblia. Do Paraíso, Gênesis 1-2, o fio vermelho vai até Apocalipse 21.3, “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”. Portanto, aquele texto bíblico que mencionei, Eclesiastes 5.2, tem um significado diferente. Esse versículo diz que existe uma distância enorme entre o Rei dos Céus e nós, pequenos humanos. Deus é incomparável. E pensando nisto, encontramos uma realidade ainda mais maravilhosa: nosso Deus, em toda a sua Majestade, está presente aqui. Presente permanentemente – em sua casa, a Tenda. Realmente presente: Israel vê a realidade da presença divina. Presente para um propósito: que Israel no tempo de Moisés tenha um Guia para a jornada pelo deserto.
E nós? A nossa realidade é que Deus tem estado presente no e através do Seu Espírito Santo – desde Pentecostes. Ele é o Espírito que vive em nossos corações. Nós mesmos somos um templo dEle e a Igreja é um templo do Espírito Santo. E por trás da presença do Espírito Santo está a figura do Filho de Deus, o Emanuel. João 1 fala disto: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” [tabernáculo], versículo 14. Em Cristo e no Seu Espírito está a manifestação da majestade de Deus. Pois, diz João, “vimos a sua glória”, ou seja, vivemos sua grandeza, sua majestade e resplendor. Em outras palavras, o Crucificado é o Rei no Trono celestial, e Ele está conosco, através de Sua Palavra e Espírito. Êxodo 40 culmina nos Evangelhos e no restante do NT, cumprido em Cristo nosso Guia.
No meio de toda a miséria em Gaza e em Israel, no meio de toda a agitação, destruição, violência e ódio, continua a ser verdade: Deus governa os países e os povos, os governos e os movimentos políticos. Ele governa de sua maneira soberana, de sua maneira incompreensível e inimitável.