Por: Pr. Cláudio Mota | Prompte et Sincere

Na multidão das minhas ansiedades, tuas consolações alegram a minha alma. (Salmos 94:19)

O salmista declara o excesso de cuidados, ou de pensamentos inquietantes, que tomam o seu coração e a sua mente de forma amplificada. Esses pensamentos tendem a gerar preocupações e ansiedades. O que deixou a alma do salmista inquieta e ansiosa? O que, de fato, pode transtornar a nossa alma, trazendo desassossego e tristezas?

No salmo 94, esses cuidados são provocados por inimigos perversos, soberbos, opressores, assassinos zombadores. São impiedosos e falam coisas ruins e ameaçadoras. Seguros de si, afirmam: “O SENHOR não o vê; nem disso faz caso o Deus de Jacó.” (Salmos 94:7)

Diante desse quadro, desespero, medo, tristezas e pavores assaltariam e destruiriam a alma sofredora. Mas o que detém tais sentimentos? O salmista responde: “As tuas consolações me alegram a alma.”

As consolações do Senhor são provenientes de quem Deus é e do que ele faz. Ele é o Deus das vinganças, o juiz da terra. Ele é o Criador, onipotente, onipresente, onisciente. Ele conhece os pensamentos do homem e sabe que são pensamentos vãos. Ele fez o ouvido e os olhos, conhece, ouve e vê o que os homens fazem, dizem e pensam. Ele é exaltado, soberano e benigno.

Ele age em auxílio ao seu povo, que foi escolhido por ele e feito sua herança. Ele repreende aqueles a quem ama e ensina a sua lei. Ele dá descanso, se faz presente, é refúgio, baluarte e rochedo em quem podemos nos abrigar. Ele dará pagamento, vingará, julgará e destruirá os ímpios.

Se, de um lado, os ímpios se agigantam com suas bravatas, ameaças e afrontas, do outro lado, aparentemente em desvantagem, estão os inocentes, os oprimidos, os desfavorecidos, retratados pelo estrangeiro, pelas viúvas e pelos órfãos, que são chamados de justos, bem-aventurados. São povo de Deus, escolhidos para sua herança, propriedade do Senhor.

A oração clama pela justiça e pela vingança. O tempo de resposta parece demorar. Davi e Habacuque, em circunstâncias similares, clamaram: “Até quando, Senhor?”. Entretanto, aquele que ouve, vê e conhece todas as ações dos maus, bem como os seus pensamentos vãos, está presente nas aflições do justo, é o seu auxílio e o sustenta com sua benignidade; não rejeita seu povo e não desampara a sua herança. Repreende o justo e ensina a sua lei. Dá-lhe descanso. Por fim, se levantará sobre a terra e julgará todos os homens. O justo será abrigado no rochedo, pois o Senhor é o seu baluarte. O ímpio será condenado e destruído.

Vivemos num mundo quebrado. A ação do ímpio prospera e parece imperar. O mundo odeia aqueles que foram feitos filhos de Deus, que, através da obra do Redentor Jesus Cristo, foram feitos herdeiros de Deus, povo da sua herança. Fomos justificados por meio da sua morte. Na cruz, ele recebeu o juízo do Deus das vinganças. Sobre ele recaiu a ira do Reto Juiz, por isso são declarados justos. Como tais, enfrentaremos aflições, mas tenhamos bom ânimo, Jesus venceu o mundo. Ele voltará para executar o juízo final, retribuindo a cada um segundo as suas obras. Os ímpios não serão inocentados.

Enquanto isso, proclamemos a justiça e a oferta graciosa de arrependimento e perdão. Jesus salva o pecador. Descansemos e nos alegremos na consolação do Senhor. O seu Espírito é o Consolador que nos guarda para Cristo. Logo em breve, o Senhor resplandecerá e se levantará em juízo; ele vem sem demora.

“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.” (Apocalipse 22:11-13)

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Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev José Manoel da Conceição JMC. Especialista em Teologia Biblica pelo CPAJ Centro de Pós Graduação Andrew Jumper, Mestrando MDiv pelo CPAJ.

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