Por: Fernando de Almeida | Prompte et Sincere
“…a seu tempo, lhes há de falar…” (Sl 2.5)
No corredor de um supermercado, diante do departamento de brinquedos, uma criança aponta para o brinquedo que deseja e busca o olhar de aprovação do pai. Percebendo o desinteresse dele, a criança insiste, agora com um olhar quase desesperado, e exclama: “QUERO! ME DÁ!” No entanto, a visita ao supermercado tinha outro propósito, e o pai, firme em sua decisão, não cede ao pedido. A criança, afastada da seção de brinquedos, começa a chorar alto, como se aquilo fosse essencial para sua vida.
Esse cenário é comum e poderia ser expandido para incluir um adolescente pedindo o carro do pai ou uma jovem querendo viajar com a família de uma amiga. Como pais, frequentemente enfrentamos a insistência de nossos filhos quando algo os seduz.
Da mesma forma, nosso comportamento diante de Deus às vezes reflete essa dinâmica. Quem de nós nunca associou o amor de Deus à prontidão com que Ele atende aos nossos pedidos? Nesses momentos, somos como a criança que berra no supermercado.
Diante de nossos desejos, precisamos considerar duas perguntas fundamentais:
1. É da vontade de Deus? Alguns aspectos são explícitos na Bíblia, como o mandamento contra a mentira, sobre o qual não precisamos orar para saber a vontade de Deus. No entanto, existem questões que requerem uma busca mais profunda, tais como: “Com quem devo casar?” ou “Devo mudar de emprego?”. Podemos aplicar princípios bíblicos para guiar nossas decisões, mas é essencial buscar a Deus e aguardar pacientemente por Sua resposta.
2. É o tempo de Deus? Mesmo que algo esteja alinhado à vontade de Deus, pode não ser o momento para que se realize. O episódio de Abraão e Hagar é instrutivo nesse aspecto. Deus havia prometido um filho a Abraão e Sara, mas, impacientes, eles decidiram que o filho viria através da serva Hagar, uma decisão precipitada que trouxe consequências amargas.
A Escritura nos ensina que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1). Confiar nessas palavras é um sinal de maturidade. Reclamar e demonstrar impaciência diante da demora divina, por outro lado, apenas expõe nossa infantilidade e falta de confiança num Deus que sempre deseja o melhor para Seus filhos.
